Projetos

2022 – Atual
Despertando o interesse de meninas e mulheres para as áreas STEM por meio de uma Educação Matemática Maker

Descrição: O presente projeto tem algumas frentes de ação para fomentar o interesse de meninas e mulheres para as Ciências Exatas, em particular, Computação, Física e Matemática, por meio da oferta de um curso de “Iniciação ao Cálculo e suas aplicações” acessível para alunas dos últimos anos do Ensino Fundamental, assim como pela oferta de oficinas ao longo de onze meses envolvendo a linguagem de programação visual Scratch, em associação com kits Arduíno, para o trabalho com robótica educacional para a promoção do pensamento computacional sob uma perspectiva de Educação Maker. Para mobilizar essas ações a Matemática assumirá papel de protagonismo, de modo que a Educação Matemática Maker permeará, de alguma maneira, a maior parte das ações nas escolas. Além disso, serão desenvolvidas palestras, exibição de filmes e rodas de conversa nas instituições de origem da equipe responsável pelo projeto, assim como nas cinco escolas em que se espera implementá-lo, a fim de promover encontros com mulheres importantes da História das Ciências e da Matemática, de tempos passados, por meio de resgates de suas histórias, e do tempo presente, servindo de inspiração para as meninas participantes das ações do projeto. Por fim, também pretende-se desenvolver ações para promover a reflexão sobre as desigualdades de gêneros nos ambientes acadêmicos, assim como para desconstruí-las em prol da equidade e da valorização da mulher.

Fomento: Edital FAPERJ 09/2021 – Programa Meninas e Mulheres nas Ciências Exatas e da Terra, Engenharias e Computação

2022 – Atual
Tensionamentos sobre a educação matemática de grupos socialmente vulneráveis: meninas e mulheres, pessoas LGBTI+ e pessoas com deficiência

Descrição: A educação matemática tem vivido uma virada sociopolítica nas últimas décadas e muitas pesquisas têm sido realizadas considerando que o ensino de matemática não pode ser feito “apesar de es alunes”, numa perspectiva que reforça a neutralidade da matemática, de sua produção e das condições para sua aprendizagem. Neste projeto entende-se a matemática e a educação matemática como campos distintos, interrelacionados, e que dependem das condições histórico-culturais e sociopolíticas nas quais professories e aprendizes estão envolvides. Desta forma, temos o interesse em tensionar o campo da educação matemática e, consequentemente, o da matemática, em relação a grupos caracterizados como socialmente vulneráveis, em particular, meninas e mulheres, pessoas com deficiência e pessoas LGBTI+. Que matemáticas devem ser trabalhadas com estes grupos diversos? Que matemáticas estas pessoas podem aprender/produzir? As matemáticas que são oportunizadas para esses grupos lhes oferecem condições para leitura e escrita do mundo criticamente? Pretendemos refletir sobre essas questões, dentre tantas outras que emergirão ao longo das pesquisas.

Fomento: Edital FAPERJ Nº 33/2021 – Programa Jovem Cientista do Nosso Estado (JCNE)

2022 – Atual
Temas interseccionais e livros didáticos de matemática: resistindo ao conservadorismo político e social

Descrição: O objetivo é analisar discursos que atravessam os livros didáticos de matemática e produzem verdades sobre mulheres, afrodescendentes, quilombolas, campesinos e indígenas. O material de análise é composto pelas coleções aprovadas pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), nos anos de 2020 (anos finais do ensino fundamental e 2021 (ensino médio). A perspectiva teórico-metodológica envolve três conceitos: política cultural, interseccionalidade e análise do discurso. Usando o conceito de política cultural, partimos da hipótese de que os livros didáticos ou qualquer outro texto curricular podem ser vistos como um manual que ajusta, homogeneíza, normaliza e uniformiza modos de vida. Nos últimos anos, o atual governo conservador tenta excluir as conquistas de grupos sociais que, historicamente, defendem que a diferença seja uma marca na construção de currículos. Assim, analisar os livros didáticos é ação potente de desconstrução de mecanismos conservadores e neoliberais que fazem parte das relações de poder, discurso e saber. Diante desse cenário, a educação matemática tem um papel estratégico, pois, de onde menos se poderia imaginar – os currículos de matemática -, é possível promover a discussão de temas relacionados à gênero, raça, etnia, entre outros, fazendo da matemática uma disciplina escolar estratégica para que a não-neutralidade dos currículos se manifeste e promova movimentos de resistência e contraconduta. Espera-se que se construa, em conjunto com o grupo de pesquisadores que fazem parte deste projeto, propostas potentes que possam ser utilizadas nas salas de aula brasileiras e que valorizem esses grupos sociais. Propostas que busquem o reconhecimento da importância da interseccionalidade como um aspecto fundamental para os currículos. Desse modo, a educação matemática trará contribuições para o projeto de construir uma nova sociedade, com novos valores e novas prioridades.

Fomento: Chamada CNPq/MCTI/FNDCT Nº 18/2021 – Universal


2020 – Atual
Educação Matemática pela diversidade sexual e de gênero e justiça social

Descrição: A formação para diversidades, em particular sexual e de gênero, é uma demanda educacional já presente em documentos oficiais da década de 1990. No entanto, não tem sido objeto de pesquisas no âmbito da formação e das práticas do professor que ensina matemática. Questões que perpassam ideias como reconhecimento, visibilidade e representatividade, as quais atravessam político-pedagogicamente as aulas de matemática, permeiam as pesquisas da linha visando uma educação socialmente inclusiva.

Fomento: Bolsas CAPES de Mestrado e Doutorado.


2018 – Atual
Educação Inclusiva em Matemática e Física

Descrição: Este projeto visa investigar os processos de aprendizagem das áreas de matemática e física por aprendizes com deficiência visual, surdos e no espectro autista, considerando as especificidades de cada grupo, a fim de fundamentar o desenvolvimento de materiais didáticos e de atividades adaptadas para esses alunos, bem como nortear ações pedagógicas no âmbito da educação especial ou inclusiva. Sendo assim, nossos objetivos principais são: entender como esses alunos aprendem e reconhecem o espaço ao seu redor; identificar as áreas em que o professor encontra maiores obstáculos e desenvolver e testar materiais, recursos e estratégias que possam auxiliar nas ações de ensino e de aprendizagem. Como parte dos estudos empíricos desta pesquisa, são examinados livros didáticos, avaliações escritas e materiais utilizados em sala de aula, bem como são realizadas entrevistas com professores de escolas especializadas e inclusivas e com mediadores pedagógicos como intérpretes, ledores ou outros. No caso de alunos deficientes visuais, a pesquisa na área demonstra a importância da utilização de materiais adaptados nos processos de ensino e de aprendizagem. Cerqueira e Ferreira (2000) ressaltam que os recursos adaptados não somente atuam como motivadores ou indutores de questões centrais para a geração de novos conceitos, como também desempenham um papel central para suprir lacunas. Os autores ainda advertem que a carência de material adequado pode levar o aluno a um mero verbalismo desvinculado da realidade. Um dos principais problemas verificados no aprendizado de ciências, em particular da física e matemática, é a ausência de material instrucional adaptado para o laboratório experimental e para percepção de figuras espaciais, gráficos, desenhos e tabelas. O projeto busca, assim, apresentar estratégias, atividades e recursos instrucionais para professores de física e de matemática empregarem em sala de aula, utilizando recursos como aparelhos emissores de luz laser, modelos confeccionados com materiais de uso diário simulando figuras planas ou espaciais, materiais concretos para a construção de gráficos ou reprodução de figuras presentes nos textos didáticos. Visando à obtenção de melhores resultados, é sugerido que o professor adote os recursos sob uma perspectiva de construção de modelos a fim de estimular o interesse e o envolvimento ativo do aluno. No decorrer das atividades, os alunos desenvolvem habilidades de raciocínio de forma progressiva, bem como uma compreensão mais profunda dos conceitos e de sua relevância para o seu dia-a-dia. No caso dos alunos surdos, um dos pontos a serem estudados é em quais aspectos a privação da audição pode impactar as relações de ensino e aprendizagem em física e matemática. Outro ponto refere-se à não universalidade da LIBRAS ? língua brasileira de sinais ? e às consequências que isto pode gerar no desenvolvimento de denominações de conceitos de matemática e física. Ainda irá se pesquisar se privilegiar o uso de materiais concretos ou digitais que tenham um forte apelo visual, pode ou não favorecer a aprendizagem de alunos surdos. Com base nesse viés, já foram desenvolvidos materiais voltados para a aprendizagem de geometria, conceito de função, compreensão de gráficos e de ótica. Alguns destes materiais já foram testados com alunos do Instituto Benjamim Constant, do Colégio Pedro II e do Instituto Nacional de Educação de Surdos, enquanto outros estão em fase de desenvolvimento e avaliação. Já em relação ao ensino e a aprendizagem de física e matemática por autistas, o principal objetivo do projeto é compreender como se dão as relações de ensino e aprendizagem por esses estudantes, buscando valorizar sua condição neurodiversa para desenvolver estratégias e atividades mais adequadas.

Fomento: Bolsas CAPES e CNPq de Mestrado e Doutorado.


2017 – Atual
Tecnologias Digitais em Educação Matemática: Formação Docente, Novos Cenários e Possibilidades de Inclusão

Descrição: Os objetivos desse projeto estão distribuídos em dois blocos de caráter distinto, que se articulam e aqui são tratados de forma indissociável. O primeiro diz respeito as reflexões e proposição de caminhos que auxiliem no enfrentamento de questões e desafios impostos pelo uso de tecnologias em Educação Matemática. Recebem especial atenção três eixos: (i) a formação de professores com e para o uso de tecnologias, em particular as digitais; (ii) o fazer docente diante de modalidades educacionais emergentes mediadas por tecnologias; (iii) a tecnologia assistiva para uma educação matemática especial e inclusiva. O primeiro eixo diz respeito à formação de professores que ensinam matemática em nível escolar ou universitário, estimulando seu uso para além do instrumental, de modo historicamente situado, mas reflexivo, assumindo o fenômeno tecnológico em múltiplas dimensões, como prática e produto social e com uma carga política concreta (Veraszto et al., 2017). Além disso, busca-se experienciar o uso de softwares matemáticos como ambientes de investigação do pensar e do fazer matemático (Esquincalha, Vaiano e Castro, 2016; Esquincalha e Rosenbaum, 2013), em particular com o uso de dispositivos com telas sensível ao toque (Bairral, Assis e Silva, 2015). Os desafios trazidos por novos cenários mediados por diferentes tecnologias, com destaque para a internet e para as redes sociais, em que o ensinar e o aprender matemática se ressignificam, uma vez que o próprio ser humano é ressignificado por e com suas relações com as tecnologias e o ciberespaço a partir de diferentes fundamentos teórico- epistemológicos (Carr, 2011; Rosa, 2008; Borba e Villarreal, 2005) constituem nosso segundo eixo de investigação. As metodologias ativas centradas no aluno (Morán, 2015), na nossa perspectiva, fundamentam e inspiram discussões que permeiam a formação docente em/ou para atuação em meios virtuais, na Educação a Distância (Mishra e Koehler, 2006; Telles e Esquincalha, 2017; Esquincalha e Abar, 2016) ou em Blended Learning (Valente, 2014; Christensen, Horn e Staker, 2013) em diferentes formatos: sala de aula invertida, virtual enriquecido e rotação por estações, por exemplo. A apropriação de redes sociais e outros ambientes virtuais como espaços formativos (Esquincalha, 2018) também figura neste eixo, nas percepções de alunos e professores. Já o terceiro eixo de investigação atua na interface entre a pesquisa em educação matemática especial e inclusiva e a pesquisa em tecnologias para o ensino de Matemática, por meio de tecnologias assistiva. Nesse contexto, apoiamo-nos na ideia de tecnologia como prótese (Bolite-Frant, 2001) ou órtese, e em discussões sobre como diferentes tecnologias, digitais ou não, podem contribuir para a aprendizagem matemática de pessoas com necessidades educacionais especiais (Esquincalha, 2017). Em particular, nos interessa investigar o ensino e a apredizagem de autistas, deficientes visuais e surdos com o uso de tecnologias digitais, seja por meio de recursos tecnológicos assistivos ou de sua formação em meios virtuais, por exemplo. Por fim, o segundo bloco de objetivos desse projeto se relaciona com os tensionamentos de caráter metodológico do fazer pesquisa com tecnologias e em cenários de investigação online ou híbridos para os quais ainda não há metodologia consolidada.

Fomento: Bolsas CAPESapes de Mestrado e Doutorado.

2016 – 2018
Desenvolvimento de ambientes virtuais de investigação para estudo de Cálculo e Análise Real
Descrição: O ensino de Cálculo e de Análise Real tem sido tema de diversas pesquisas, motivadas pelo alto índice de abandono e reprovação, fazendo com que muitos estudantes desistam de estudar Matemática. Entendemos que o rigor matemático é importante, mas que deve ser apresentado de forma gradual e com a utilização de recursos diversos para facilitar a construção do conhecimento. Alguns autores discutem dificuldades encontradas por professores e alunos nos processos de ensino e de aprendizagem dessas disciplinas, apontando alguns percursos possíveis para repensar seu ensino, dentre eles, os recursos tecnológicos. Faz-se necessário então, que se reflita sobre quais tecnologias podem ser utilizadas, e de que forma, para que se tenham ambientes de investigação que realmente colaborem com a construção dos conceitos explorados nessas disciplinas. Pesquisas indicam que as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação, TDIC, vêm sendo utilizadas com sucesso para fins educacionais, possibilitando que surjam novas práticas pedagógicas. Apoiamo-nos metodologicamente em trabalhos que descrevem o processo de desenvolvimento de ambientes virtuais utilizando softwares matemáticos livres para o ensino e a aprendizagem da “Matemática do Ensino Superior”, desde o estudo orientado dos conceitos a serem explorados, passando pela estudo e escolha dos softwares mais adequados, até o desenvolvimento dos ambientes de investigação.

Fomento: Bolsas UERJ de Estágio Interno Complementar.

2016 – 2018
Matemática Inclusiva: desenvolvimento de atividades e práticas pedagógicas

Descrição: A temática da inclusão é, mais que atual e relevante, uma nova demanda da formação de professores, inclusive prevista pela recente legislação sobre o tema, divulgada em 2015. O ensino de Matemática, por si só, já traz consigo todo um histórico de dificuldades inerentes as especificidades da disciplina, costumeiramente trabalhada de maneira mais ?árida?, pouco contextualizada e sem fazer muito sentido para os alunos. Essas dificuldades são potencializadas no tratamento de alunos com as chamadas necessidades especiais. Para tanto, existe uma literatura emergente sobre o ensino de Matemática de forma inclusiva, com especial atenção a alunos com síndrome de Down, diferentes graus de autismo, como Ásperger, além de alunos com baixa ou nenhuma acuidade visual e auditiva. O objetivo do projeto é desenvolver atividades e práticas pedagógicas para a inclusão de alunos da Educação Básica nas aulas de Matemática.

Fomento: Bolsas UERJ de Iniciação à Docência.


2016 – 2017
Contribuições do uso do GeoGebra em dispositivos touchscreen para os processos de ensino e aprendizagem de Análise Real

Descrição: Pesquisas mostram que a disciplina Análise Real é a que causa mais angústia aos alunos do curso de Licenciatura em Matemática, dado o seu caráter abstrato e frequentemente desarticulado com outras disciplinas do currículo da Licenciatura e da prática do futuro professor. Além disso, é a disciplina que apresenta maior índice de evasão e reprovação. Numa tentativa de colaborar com os processos de ensino e aprendizagem da Análise, propomos a elaboração de experimentos de ensino a partir do uso de software GeoGebra, que pode ser instalado gratuitamente em dispositivos touchscreen como smartphones e tablets, sem a necessidade de deslocamento para um laboratório de informática e sem ter criar um momento especial para seu uso, fazendo parte da dinâmica normal da aula. O intuito é que os alunos possam visualizar os resultados matemáticos abstratos do ponto de vista geométrico, manipulando-os virtualmente, levantando conjecturas e inferindo propriedades, facilitando assim o processo de generalização e formalização de tópicos da Análise Real, colaborando para demonstrações matemáticas rigorosas e que façam sentido para o licenciando. Também faz parte de nosso intuito promover uma articulação com conteúdos dos cursos de Cálculo e do Ensino Médio, como o conjunto dos números reais e o estudo de funções reais a uma variável.

Fomento: Edital FAPERJ de Auxílio Instalação – INST_2015/2.